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quarta-feira, 4 de março de 2015

[saúde] Moradores improvisam posto de saúde no Assentamento Paulo Freire, em Mossoró

Os populares doaram mesas e cadeiras para que os atendimentos pudessem acontecer. Eles mesmos ainda são responsáveis pela limpeza do ambiente.
(Foto: Wilson Moreno)

Os moradores do Projeto de Assentamento Paulo Freire, localizado às margens da BR-304, saída para Natal, reclamam das más condições no atendimento de saúde. Segundo eles, o médico deve atender a cada 15 dias, mas nem sempre isso acontece. São distribuídas apenas 16 fichas, além do mais, o atendimento acontece na sede da Associação dos Moradores, com estrutura improvisada por eles mesmos. E no prédio da associação, os móveis são improvisados, trazidos pelos moradores.

“O médico ficou de vir hoje [terça], mas até agora, nove horas, não apareceu. Aqui não tem um posto de saúde decente, não tem creche para as nossas crianças, não tem uma pracinha para um divertimento, nada. A única coisa que ainda nos chega são policiais, que vem todas as noites e às vezes à tarde”, reclamou a agricultora Jacira Fernandes.

Na Associação dos Moradores, muitos aguardavam a chegada do médico e a voluntária Salete da Silva, que organiza a distribuição das fichas e a ordem dos atendimentos, explicou: “Ele vem sempre nas segundas-feiras, a cada 15 dias, mas não deu para vir na segunda-feira esta semana, então vem hoje [terça], na terça-feira, mas foi avisado aos moradores na sexta passada”.

Salete da Silva explicou ainda que a cada 15 dias são atendidas 16 pessoas, entre adultos e crianças e que a ficha é retirada no dia do atendimento. “O médico veio em dezembro, aí veio logo na primeira semana de janeiro, como achávamos que não viria, devido aos festejos de final de ano, as pessoas não foram atendidas, a quinzena seguinte ele também faltou, mas explicou que o carro que os trazem não tinha gasolina, pois a Prefeitura não havia abastecido”, continuou a voluntária.
Foto  Ednilto Neves

As 16 fichas a cada 15 dias são insuficientes para a demanda da comunidade, que possui em torno de 80 famílias, segundo informações dos próprios moradores. “Atendimento por quinzena é pouco, e antes só atendia uma pessoa por família. Agora Salete ainda consegue colocar duas, além do mais, dentista para extrair dentes, não temos”, reclamou a agricultora Uiane Maria da Rocha.

Os moradores doaram mesas e cadeiras para que os atendimentos pudessem acontecer, além disso, eles mesmos cuidam da limpeza do local. “Aqui não tem cadeira apropriada para o dentista atender, por isso que ele vem e encaminha o atendimento para Mossoró. Essas poucas coisas que temos aqui, fomos nós que trouxemos, móveis, material de limpeza, porque já morremos de pedir melhores condições à Prefeitura, mas não somos atendidos nunca, não tem jeito”, afirmou Salete da Silva.

A agricultora Maria Cleide Dantas veio na última quinzena, mas não conseguiu atendimento. “Tenho pedra nos rins e na vesícula, mas não consigo encaminhamento para ser atendida em Mossoró”, desabafou.

Até o fechamento desta matéria, a reportagem  não conseguiu resposta da Secretaria de Saúde quanto à questão denunciada pelos moradores do Assentamento Paulo Freire.
Fonte: Gazeta do Oeste

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