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terça-feira, 3 de outubro de 2017

[economia] Natal é a capital com a maior proporção de famílias endividadas do Nordeste

Natal encerrou 2016 com a maior proporção de famílias endividadas na região Nordeste, com 75%. A média nacional é de 57%, e a capital potiguar ocupa a quinta posição no ranking das capitais do Brasil com as maiores taxas de endividamento. Em outras seis capitais nordestinas, a parcela de famílias com algum tipo de dívida ficou acima da média nacional: São Luís (MA) (72%), Recife (PE) (68%), João Pessoa (PB) (64%), Aracaju (SE) (64%), Fortaleza (CE) (63%) e Maceió (AL) (60%).

Somente Teresina (PI) (53%) e Salvador (BA) (51%) ficaram abaixo da média das capitais, sendo que o município baiano apresentou a quarta menor taxa de endividamento do país.

Os dados compõem a sétima edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras, realizada pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). O estudo avalia principais aspectos, dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre 2014 e 2016. A análise foi feita com base em informações do Banco Central do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Considerando as 27 capitais brasileiras, o nível de comprometimento da renda com o pagamento de dívidas foi de 30% em dezembro de 2016, patamar considerado adequado pela Federação para não sinalizar risco de elevação da inadimplência. Entre as capitais do Nordeste, apenas Teresina (37%) e Natal (37%) ficaram acima da média do país, e ocuparam a terceira e a quarta colocações no ranking nacional de maiores taxas, respectivamente.

Já as cidades de Aracaju (18%) e João Pessoa se destacaram com as duas menores taxas em âmbito nacional. As demais capitais nordestinas ficaram próximas da média: Maceió (29%), Salvador (29%), São Luís (29%), Fortaleza (29%) e Recife (27%).

Ainda em dezembro de 2016, quatro capitais nordestinas figuraram entre as cinco menores médias mensais de dívida por família: João Pessoa (R$ 813), Aracaju (R$ 988), Maceió (R$ 1.024) e São Luís (R$ 1.045). Em Fortaleza (R$ 1.247), Salvador (R$ 1.332), Recife/PE (R$ 1.450) e Teresina (R$ 1.640), os valores ficaram abaixo da média nacional, de R$ 1.777, em dezembro de 2016.

Somente Natal ficou acima desse patamar, com R$ 1.816.

Em relação ao porcentual de famílias com contas em atraso, Aracaju (29%), Recife (28%), São Luís (27%), Natal (27%), Maceió/AL (27%) e Fortaleza (27%) ficaram acima da média nacional, que é de 23%. Apenas Salvador (20%), Teresina (17%) e João Pessoa (7%) ficaram abaixo da média das capitais, com destaque para a cidade paraibana, que apresentou a menor taxa de inadimplência do Brasil.

Para a assessoria econômica da FecomercioSP, a conjunção de crise econômica e aumento das incertezas, além da maior seletividade do sistema financeiro e das altas taxas de juros, levaram as famílias a reduzir fortemente a tomada de crédito, comprometendo o seu consumo de bens duráveis, principalmente, e gerando uma das maiores recessões de vendas na história do comércio varejista. Nesses dois últimos anos, enquanto as operações de crédito no Brasil encolheram 12,2% em termos reais, as taxas médias de juros anuais cresceram 23,1 pontos.

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