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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

[cotidiano] Empresa lança Trailer do filme da Polícia Federal - A Lei é para Todos!




Thriller político destinado a dividir opiniões, “Polícia Federal – A Lei é para Todos” pretende lançar, no dia 7, mil cópias em circuito nacional. O número é alto. Em 2010, “Tropa de Elite 2”, precedido pelo sucesso do primeiro filme, estreou em 600 salas.

Para chegar ao sucesso comercial esperado pelos produtores, o filme, com orçamento de cerca de R$ 16 milhões, que trata da Operação Lava Jato até março de 2016, aposta em narrativa e edição ágeis e cenas de perseguição.

Lança mão também do didatismo, às vezes com narrador em primeira pessoa, a fim de facilitar o entendimento do intrincado caso de corrupção e desvio de dinheiro público.

O longa enfrentará desafios. Um é fazer com que o brasileiro se interesse por uma história contada todos os dias pelos jornais, rádios e TVs nos últimos três anos e meio.

Outro é resistir aos olhares críticos, por tratar de matéria-prima vida real. Desde o título, o filme assume a visão dos policiais, o que não é negado pela produção.

“O noticiário trata do ‘pós-fato’, quando as coisas já aconteceram. Quisemos mostrar o ‘pré-fato’, como foi feita a investigação”, diz o diretor Marcelo Antunez. “O único jeito de contar isso é falar dos investigadores. Muitos detalhes do que aconteceu as pessoas não conhecem.”

Como o foco é na investigação, não no processo, o papel do juiz Sergio Moro é lateral.

Antunez diz que “carregou um pouquinho nas tintas”, pois o filme “não é um documentário”, mas que se manteve fiel aos principais fatos.

O diretor disse ter conversado com mais de 40 pessoas durante a preparação, entre delegados, procuradores da República, Moro e até diretores da Petrobras. Ele e o elenco também tiveram conversas com alguns dos principais personagens da Lava Jato.

Os roteiristas Gustavo Lipsztein e Thomas Stavros disseram ter lido todas as denúncias do Ministério Público Federal, as decisões de Moro e transcrições de depoimentos.

Apesar disso, diz Antunez, porém, os personagens dos policiais não representam figuras reais, mas resumem traços de diversas pessoas.

LULA

Devem gerar discussão os diálogos ásperos trocados na tela entre Lula (Ary Fontoura) e policiais federais, na cena da condução coercitiva do ex-presidente, em São Paulo.

Na tela vê-se um Lula arrogante, às vezes ameaçador. Uma parte do que se diz é de conhecimento público, como o depoimento prestado por ele à PF; a outra parte, diz Antunez, foi reconstituída a partir de informações obtidas na fase de elaboração do roteiro.

“Em qualquer filme baseado em fatos reais você tenta recolher o maior número possível de relatos das pessoas que presenciaram o fato e tenta estabelecer mais ou menos o que aconteceu ali”, disse em entrevista à imprensa.

“O que foi dito [por Lula] dentro da sala do depoimento tem registro e foi usado palavra por palavra. Mas isso é entretenimento, não estamos querendo fazer noticiário.”

O filme é produzido por Tomislav Blazic, nascido em 1951 em Belgrado, na antiga Iugoslávia, e trazido bebê para o Brasil pelo seu pai, um ex-militar sérvio.

Sobrinho do cineasta croata radicado no Brasil J. B. Tanko (1906-1993), Blazic trabalhou em todos os filmes dos Trapalhões nos anos 1970 e 1980 dirigidos pelo tio, além de shows e programas da TV da trupe de comediantes.

A partir de 2014, começou a trabalhar para produzir um filme sobre o narcotráfico no Brasil. Contudo, passou a se interessar pelo caso Lava Jato, por sugestão de policiais.

“Comecei a ver que eles tinham razão, que era uma grande história e precisava ser contada” –sem outras intenções. “É cinema, é entretenimento, não tenho pretensão política. Primeiro quero devolver aos investidores o dinheiro que confiaram à produção.”

Os nomes dos investidores, cerca de 25, foram mantidos em sigilo, segundo ele, a pedido dos empresários, que fizeram os desembolsos como pessoas físicas. “Eles pediram, tenho que respeitar. Muitos filmes foram feitos assim no Brasil e fora dele.”

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