Em 2014, segundo estudo apresentado pela Abracopel – Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade, foram 627 acidentes fatais provocados por choques elétricos no país. Desse total, 180 mortes aconteceram dentro de casa, 79 em estabelecimentos de comércio de pequeno porte e 4 em escolas, entre outros locais. As causas são variadas: problemas com tomadas e extensões, cercas eletrificadas, eletrodomésticos e até chuveiros elétricos.
A região que apresentou o maior número de acidentes fatais foi o Nordeste, com 266 ocorrências. A região Sudeste teve 123 óbitos; o Sul teve 118 vítimas fatais, o Centro-Oeste, 66, e o Norte foi a região com o menor número de mortes, 54.
O estado que mais sofreu com o problema foi a Bahia, com 68 casos. Em seguida vieram Pernambuco (51), Ceará (35), Alagoas (28), Piauí (26), Paraíba (20), Maranhão (19), Rio Grande do Norte (14) e Sergipe (5). No entanto, o estado com a maior porcentagem de mortes proporcionais ao número de habitantes foi Alagoas, com 8,43 casos por 1 milhão de habitantes, seguido do Piauí, com 8,14/1 milhão de habitantes.
Em relação aos profissionais atingidos em todo o Brasil, o número de pedreiros, pintores e ajudantes supera o de eletricistas: 31 contra 29. A faixa etária mais atingida é de pessoas com idade entre 31 e 40 anos, com 166 ocorrências. As crianças também sofrem com os problemas nas instalações elétricas: foram 69 casos fatais em pessoas de 0 a 15 anos.
Segundo Edson Martinho, diretor executivo da Abracopel, o número de acidentes representa um crescimento de 17% em relação a 2013, primeiro ano em que a entidade fez um estudo mais profundo sobre a natureza dos acidentes. Antes, era divulgado apenas o número de total de mortes, sem detalhes sobre os acidentes. O número de acidentes fatais também aumentou: 6%. “A maioria das pessoas não acredita que as instalações elétricas dentro de casa oferecem um risco tão grande. O grande problema é a falta de conhecimento sobre os riscos da eletricidade. As pessoas acham que o máximo que vai acontecer é que elas vão tomar um choquezinho, mas a verdade é que pode haver um risco grande de óbito também nos acidentes envolvendo instalações de baixa tensão”, afirma Edson.
DICAS PARA A POPULAÇÃO EVITAR ESSES PROBLEMAS
Para evitar problemas com as instalações elétricas, o Procobre – Instituto Brasileiro do Cobre, criou o programa ‘Casa Segura’, que dá dicas de como manter suas instalações elétricas de maneira correta. A seguir, algumas delas:
Manutenção
A rede elétrica interna deve passar por manutenção a cada dois anos. Peça para profissionais qualificados fazerem a inspeção. Muitas vezes, durante a construção da casa ou obras, ou mesmo com o passar do tempo, o isolamento dos cabos pode ser danificado, o que é um risco grande.
Fios e tomadas
Cuidado com fios e tomadas, principalmente se houver crianças na casa. Verifique se os fios estão bem isolados e tampe as tomadas com protetores encontrados em lojas de decoração e materiais de construção.
Chuveiro elétrico
Nunca ajuste a temperatura do chuveiro com ele ligado. Desligue a fonte para isso, pois o banheiro é uma área de muita umidade, o que não combina com energia elétrica.
Geladeira
Geladeira ou qualquer equipamento que esteja dando pequenos choques, mesmo aqueles quase imperceptíveis, precisam ser trocados. Esses objetos não podem ser doados ou, como muitas vezes ocorre, levados para a casa de praia, onde serão menos usados.
Secador de cabelo e chapinha
Esses equipamentos não devem ser usados no banheiro. Use-os no quarto ou em um local bem seco, mas nunca no banheiro. Não os use com o corpo ainda molhado, após sair do banho.
Trovoadas e raios
– Não toque em equipamentos que estejam ligados na tomada;
– Não use celulares ou pequenos dispositivos que estejam carregando;
– Saia de perto das janelas e portas;
– Não use o telefone fixo, pois ele também está ligado na rede. Use o celular, mas nunca com o carregador na tomada.
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