A comissão especial do impeachment do Senado aprovou nesta segunda-feira (6) o cronograma sugerido pelo relator do caso, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), para a segunda etapa do processo de afastamento da presidente Dilma Rousseff. De acordo com o calendário do tucano, o Senado deve decidir no plenário, em 2 de agosto, se a denúncia de crime de responsabilidade contra a petista vai a julgamento final.
Na atual fase do processo, chamada de “pronúncia”, a comissão especial deve votar, após produção de provas e oitivas de testemunhas, um relatório dizendo se a denúncia de crime de responsabilidade de Dilma é ou não procedente.
Seja qual for o resultado da votação, o parecer deverá ser votado também pelo plenário principal do Senado, o que, segundo o plano de trabalho do relator, está previsto para acontecer até o dia 2 de agosto. A discussão do parecer, entretanto, teria início no dia 1º de agosto.
Essas datas, porém, podem ser adiadas, de acordo com o andamento dos depoimentos de testemunhas.
Ao final da sessão, o presidente da comissão, senador Raimundo Lira (PMDB-PB), ressaltou que o cronograma é flexível “para mais ou para menos”.
"Se o presidente do Supremo [Ricardo Lewandowski] definir que serão 40 testemunhas nessa fase das oitivas, teremos, necessariamente, por uma questão de bom senso, de negociar um prazo maior para ouvir 40 testemunhas. Se forem apenas 16 testemunhas definidas pelo Supremo, então, o prazo que foi estabelecido no cronograma já é suficiente", enfatizou Lira.
Sobre o julgamento final, o presidente não quis arriscar uma data, mas disse acreditar que a votação será no mês de agosto.
O ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa de Dilma, também entende que os prazos para ouvir as testemunhas poderão ser ampliados se for necessário.
"Ficou claro, e hoje foi reiterado pelo relator, que os prazos desse cronograma não são fixos definitivamente. Ou seja, se for necessário, terá mais prazo. Na medida em que é uma proposta e não há rigidez nessas etapas [de depoimento das testemunhas], não vejo problema", ponderou Cardozo.
Se a maioria simples dos senadores (metade dos presentes à sessão mais um, necessitando estarem presentes pelo menos 41) decidir que a denúncia não procede, o caso seria arquivado e Dilma Rousseff voltaria à presidência da República.
No entanto, se a maioria simples decidir que a denúncia é procedente, o processo vai a julgamento final. Nesse caso, para ser aprovado o impeachment são necessários os votos de pelo menos 54 senadores.
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