Moradores de Felipe Guerra e Governador Dix-Sept Rosado, no Oeste Potiguar, comemoram a decisão do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró, integrado pela ONG Diaconia, que aprovou o desmanche dos barramentos de água construídos ao logo do curso fluvial. Acredita-se que os barramentos, identificados através de monitoramento do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária (IDIARN), vêm dificultando a chegada da água que sai da Barragem de Santa Cruz, em Apodi, até os municípios sertanejos.
A decisão foi tomada durante a 2ª Reunião Extraordinária do Comitê, realizada no último dia 20, na Câmara de Vereadores de Felipe Guerra, para abordar os conflitos de água no médio e baixo curso do Rio Apodi-Mossoró. Na ocasião, estavam presentes agricultores, vereadores e secretários de Agricultura dos dois municípios, além de representantes IDIARN, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Secretaria de Recursos Hídricos do Estado e Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (UERN).
A Diaconia foi representada pela assessora político-pedagógica, Ana Paula Gomes. Segundo ela, dos 13 membros do Comitê presentes à reunião, oito votaram a favor do encaminhamento, um foi contra e quatro se abstiveram. “A maioria decidiu pela proposta de fechar as cinco comportas que destinam água para a Lagoa do Apodi, desmanchar os barramentos ao longo do Rio e, logo em seguida, realizar um monitoramento para ver se, de fato, é isso que tem impedido a chegada da água aos demais municípios”, explicou.
Ainda de acordo com Gomes, monitorar o uso coreto da água existente na Barragem de Santa Cruz é fundamental, visto que a região passa por um período de cinco anos de estiagem. “O trabalho do Comitê é essencial para estabelecer normas e tomada de decisão sobre esse bem tão precioso que é a água”, afirmou, acrescentando que, segundo o IDIARN, a Barragem de Santa Cruz ainda suporta mais 30 meses de seca.
Comitê – O Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Apodi-Mossoró é um órgão colegiado com funções deliberativas (toma decisões), normativas (estabelece normas) e consultiva (emite pareceres), composto pelo poder público federal, estadual e municipal, usuários de águas e sociedade civil. Foi criado pelo Decreto Governamental Nº 21.881, de 10 de setembro de 2010, e instalado em 21 de fevereiro de 2013, com o objetivo de gerenciar as águas da Bacia.
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