RENAN
Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro, empresa subsidiária da Petrobras, afirmou ter repassado R$ 32 milhões em propina para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo ele, a maior parte — cerca de R$ 24 milhões — foi em espécie, por meio de intermediários.
Machado não conseguiu lembrar exatamente quando ocorreu o primeiro repasse, mas disse que foi em 2004 ou 2005, tendo perdurado até julho ou agosto de 2014. A partir de 2008, disse Machado, os pagamentos passaram a ser regulares, com Renan recebendo “cerca de R$ 300 mil por mês durante dez ou onze meses por ano”. O valor aumentava quando era ano eleitoral. Ainda segundo o ex-presidente da Transpetro, as reuniões com o parlamentar para tratar de propina eram menais ou bimestrais.
Machado foi presidente da Transpetro entre 2003 e 2015, período no qual disse ter repassado pouco mais de R$ 100 milhões para o PMDB, incluindo os R$ 32 milhões para Renan. Hoje, ele é um dos delatores da Operação Lava-Jato, que investiga principalmente corrupção na Petrobras.
Do dinheiro para Renan, R$ 8,2 milhões foram repassados por meio de doações eleitorais oficiais entre 2008 e 2014. Segundo Machado, foram R$ 6,7 milhões da Queiroz Galvão, R$ 1 milhão da Camargo Corrêa e R$ 500 mil da Galvão Engenharia. O restante da propina — cerca de R$ 24 milhões — foi pago m dinheiro vivo, segundo Machado.
JUCÁ
O ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado disse em delação premiada que o senador Romero Jucá (PMDB-RR) recebeu propina de empreiteiras com contrato com a empresa por uma década. Os primeiros pagamentos teriam sido efetuados em 2004, o primeiro no valor de R$ 300 mil e o segundo, de R$ 400 mil, ambos em espécie. Os repasses não tinham periodicidade. A partir de 2008, a propina virou mesada: Jucá teria recebido “R$ 200 mil por mês durante dez ou onze meses por ano”. O pagamento teria sido interrompido em “julho ou agosto de 2014”.
Dos R$ 100 milhões que o PMDB recebeu do esquema da Transpetro, R$ 21 milhões teriam sido repassados a Jucá. Desse montante, o senador teria recebido R$ 16,8 milhão em espécie. A maior parte foi paga no gabinete dele no Senado, pelo próprio Sérgio Machado. O delator contou que entrava sempre pela garagem, sem registrar presença na Casa. Algumas poucas vezes, ele conta que foi com o dinheiro até a casa de Jucá.
Os outros R$ 4,2 milhões teriam sido pagos em doações oficiais, sendo R$ 1,5 milhão da Camargo Corrêa, R$ 1 milhão da Galvão Engenharia e R$ 1,7 millhão da Queiroz Galvão. As doações foram feitas em 2010 e 2014, ora para o diretório do PMDB Nacional, ora para o diretório de Roraima, sempre “carimbadas” para Jucá.
Fonte: O globo
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