São Paulo – Nesta segunda-feira, a Justiça Federal condenou o ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, por crimes de corrupção passiva cometidos na estatal.
Segundo sentença proferida nesta segunda-feira pelo juiz Sérgio Moro, Duque recebeu a mais alta pena já imposta pela Justiça aos envolvidos no esquema de desvios de recursos da Petrobras. No total, ele deve pegar 20 anos e oito meses de prisão. O ex-diretor também foi condenado por associação criminosa.
Para Vaccari, a pena é de 15 anos e 4 meses pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. È a primeira vez que ambos são condenados pela Justiça Federal. Cabe recurso.
De acordo com a sentença, Vaccari recebeu 4,2 milhões de reais para o PT referentes ao pagamento de propinas acertadas com a Diretoria de Serviços e Engenharia da Petrobras em obras feitas pelo consórcio Interpar nas refinarias de Paulínia (SP) e Araucária.
O ex-tesoureiro do PT, que é alvo de outras ações penais, também precisará pagar multa de 280 mil reais. Já Duque terá que pagar multa de 1,2 milhão de reais - o juiz decretou ainda o confisco de 43,4 milhões de reais de off-shores do Panamá e Mônaco que, segundo ele, pertencem ao ex-diretor.
"Mais do que o enriquecimento ilícito dos agentes públicos, o elemento mais reprovável do esquema criminoso da Petrobras talvez seja a contaminação da esfera política pela influência do crime, com prejuízos ao processo político democrático", afirmou o juiz Sérgio Moro na sentença.
A ação penal desta segunda-feira refere-se aos crimes investigados na 10ª fase da Operação Lava Jato, intitulada “Que país é esse”. A frase foi dita pelo ex-diretor da Petrobras Renato Duque em uma conversa com seu advogado em novembro do ano passado, durante o cumprimento do mandado de prisão.
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