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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

[cotidiano] Ex-Chape, Apodi relata dor e diz que pensa em ir ao velório na Arena Condá

Durante uma temporada, Apodi foi um dos destaques da Chapecoense. E não faz muito tempo. No ano passado, ele atuou 53 vezes pela equipe e marcou quatro gols. Hoje no Sport, recebeu a dura notícia do trágico acidente aéreo com a delegação na Colômbia - que vitimou 71 pessoas e deixou seis feridos - como uma bomba. Ainda na madrugada da terça-feira, era alertado pelo cunhado, que ainda mora na cidade de Chapecó, em Santa Catarina. 

- O mundo todo sentiu a perda, foi enorme. Recebi a notícia de madrugada, do meu cunhado, que ainda mora em Chapecó. Eu não acreditei e liguei a televisão, procurei na internet. Até agora, não sei se, inconscientemente, eu não quero acreditar. Eu tinha muitos amigos lá, de verdade.

Apodi relatou o laço de amizade que ainda havia entre ele e várias pessoas que faziam a Chapecoense. O jogador disse que trabalhou com 80% das pessoas que estavam no acidente aéreo e que pensa bastante nos familiares das vítimas.

- Passei uma temporada lá com um grupo sensacional e trabalhei com 80% das pessoas que estavam. Eu tinha amigos e saíamos para jantar com nossas esposas. Os filhos deles me adoravam e eu também. Então, penso em quem ficou, que são os filhos, as esposas, as mães, os pais... Tinham os jogadores e o pessoal da imprensa, os roupeiros, o presidente. O que eu posso falar é para todo mundo ter força. Eu tenho certeza que as pessoas que ficaram vão tentar reconstruir o time, a cidade.

Algumas vítimas eram muito próximas de Apodi e mantinham com ele uma relação de amizade antiga. O meia Gil e o atacante Ananias são os que ele conhecia há mais tempo.

- Perdi meu irmão Gil e Ananias, que eu joguei na base, em 2002 (voz embargada). Gil eu joguei com ele em 2009. (Jogou também com) Thiego e Neto, que graças a Deus ainda está vivo e lutando. Ele é um guerreiro e vai sair dessa. O que eu posso falar é para todo mundo ter força. As famílias também. Eu estou junto com todos e sinto tanto quanto eles.

Apodi revelou ter medo de viajar de avião. E disse que a maioria dos jogadores também compartilha desse sentimento. Também pediu mais qualificação para as pessoas que comandam empresas aéreas e também os profissionais que trabalham nas aeronaves.

- A gente fica chocado. Na verdade, 90% dos jogadores não gostam de andar de avião e sou um deles. Não fazemos isso porque somos obrigados, mas é porque é nosso trabalho, assim como o da imprensa, viver para lá e para cá. As pessoas que são envolvidas nesse quesito de arrumar as viagens têm de estar mais conscientes e qualificadas. Acima de tudo, estão levando pessoas. São erros que não deveriam acontecer.
Apodi Chapecoense (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)
Apodi ainda disse que pretende ir ao velório coletivo que deve ser realizado no próximo sábado, na Arena Condá. Mais de 100 mil pessoas são esperadas.

- Estou pensando sim (em ir). Mantenho contato com amigos que estão lá e eu estou esperando o desenrolar de tudo para tomar a atitude necessária.

Ainda sem querer acreditar no acidente trágico, Apodi disse que conversou recentemente com vários de seus amigos que defendiam a Chapecoense.

- Eu tinha falado com meus amigos. Claro que falamos mais com alguns e com outros, menos. Falei depois do jogo da classificação para a final, antes do jogo contra o Palmeiras. Até com Gil eu falei e ele disse que ia falar comigo quando chegasse. Tínhamos o grupo do vídeo game.. Eu ainda não quero acreditar que isso aconteceu.
Fonte: Globo Esporte

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