Depois de mais uma reunião frustrada com representantes do Governo do Estado, os policiais civis podem retomar a greve por tempo indeterminado, que foi suspensa há cerca de 40 dias após a promessa de cumprimento de vários pontos da pauta de reivindicações da categoria. Ontem, os integrantes da comissão de negociação do executivo se reuniram com os diretores do Sindicato dos Policiais Civis e Servidores da Segurança Pública (Sinpol/RN), e afirmaram que o Estado não tem condições de cumprir as promessas feitas pela governadora Rosalba Ciarlini, em outubro passado. “Foi um encontro frustrante para os policiais e servidores do Itep, que estavam na expectativa de terem seus pontos de reivindicações atendidos, como sinalizou a governadora no dia em que pediu para suspendermos a greve. Atendemos ao pedido e esperamos, mas fomos enganados. Ontem, os secretários presentes disseram que o executivo não poderia atender a nenhum ponto da pauta”, desabafou o presidente do Sinpol/RN, Djair Oliveira.
Durante o encontro, que reuniu os secretários de Segurança Pública, Aldair da Rocha e o de Administração, Alber Nóbrega, e outros integrantes do Governo, os diretores da entidade foram informados ainda que o projeto que cria a Lei Orgânica e o Estatuto do Itep só não seria enviado à Assembleia Legislativa, como eles pedem, porque a Sesed e o próprio Itep ainda não tinham feito o diagnóstico sobre a atual situação do órgão, que funciona em estado precário e com problemas de recursos humanos e estruturais.
“Foi feito um relatório, mas ele é superficial e disse o que todos nós já sabemos. O que queremos é que seja feito um documento em que a real situação e as soluções reais e possíveis sejam apresentadas. Mas tem que ser coisas que possam ser feitas e não algo fantasioso, como o que foi feito. O que falta é vontade política, isso sim”, disse Djair. Entre as promessas feitas para que os servidores suspendessem a greve, que durou 62 dias, o Governo do Estado se comprometeu a nomear 20 concursados por mês, retirar todos os presos das delegacias, atualizar a tabela salarial da Polícia e outros. No entanto, conforme o Sinpol, só nomeou dez pessoas em outubro e o número de presos nas unidades voltou a aumentar.
“Já são cerca de cem presos em todo o Estado. Além disso, são profissionais de nível superior recebendo menos que um de nível médio, ou seja, com salários defasados e ainda trabalhando em situação precária, com total falta de estrutura física, de material e de pessoal, já que a cada dia que passa, diminui o efetivo da Polícia Civil no Estado. Hoje, são pouco mais de 1.450 policiais para dar conta de todo o Rio Grande do Norte”, afirmou. Djair explicou que as categorias devem se reunir em assembleia geral no próximo dia 28, quando decidirão se irão retomar ou não a greve, conforme prometido caso o executivo não cumprisse as promessas feitas. Se isso acontecer, a paralisação dos serviços deve acontecer a partir do dia 2 de dezembro. “Vai ser difícil segurar os servidores. Eles estão todos revoltados com a situação”, enfatizou.
Fonte: PolíticaemDia
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