(Por Maria do Socorro Medeiros; Maria de Fátima Medeiros Diniz e Inácia Francisca dos Santos – Alunas do período 99.1)
Às vésperas da República, o Rio Grande do Norte contava com três partidos políticos: o Conservador – dividido entre o “grupo da Botica” e o “grupo da Gameleira”; o Liberal – dividido entre Amaro Bezerra e José Bernardo e o Republicano, liderado por Pedro Velho e Janúncio Nóbrega.
Com a proclamação da República Pedro, Velho assume o poder e faz aliança com os antigos monarquistas que, na época, faziam oposição aos Liberais na liderança do Estado. Ao compor seu ministério com uma maioria de conservadores, Pedro Velho frustrou os republicanos e ligou-se aos interesses de classe dos grandes proprietários rurais, abrindo espaço à consolidação das oligarquias. Um mês após a Proclamação da República, Adolfo Gordo foi nomeado para governar o Rio Grande do Norte, onde tentou unificar os procedimentos administrativos estaduais. Este fato não agradou aos republicanos locais, pois estes eram oligarcas e criticavam a centralização.
Proclamada a República, Deodoro assume a presidência, através de um golpe. Em 1891 é realizada a primeira eleição para presidente e Deodoro, defendendo uma política centralizadora, foi eleito, derrotando Prudente de Morais e Floriano Peixoto, favoráveis à descentralização. Expressando a divisão do legislativo e a oposição a Deodoro, Floriano foi eleito para a vice-presidência. A bancada potiguar dividiu-se entre Pedro Velho, que apoiava Prudente de Morais, e Amaro Cavalcante, que apoiava Deodoro. Tendo os dois grupos a mesma origem – grandes proprietários de terras – surge no interior dessa classe social um conflito por questões antagônicas, que Janice SILVA chamou de “oposições significativas”. Ambos os grupos são irredutíveis na luta pelo perfil do Estado Republicano e como não há um consenso, realiza-se a eleição para deputados estaduais e a facção pedrovelhista é afastada do poder.
Entretanto, os desdobramentos da crise política nacional obrigaram Deodoro a renunciar ao cargo. Com Floriano na presidência surge uma nova situação no Rio Grande do Norte, realizam-se outras eleições e Pedro Velho é eleito para o governo do Estado, encerrando o período das oposições significativas caracterizadas por uma verdadeira ruptura. Os centralizadores defendiam a construção de um estado nacional baseado na diminuição do poder das oligarquias regionais, com uma política econômica de crédito à indústria; já a descentralização conferia maior autonomia à oligarquia no controle regional. As elites agrárias vinculadas ao capital internacional não aceitavam o centralismo político e econômico, tendo em vista grandes perdas.
Favor citar da seguinte forma:
MEDEIROS, M. do S.; DINIZ, M. de F. e SANTOS, I. F. dos. Da Oligarquia Maranhão à Política do Seridó. História do RN n@ WEB [On-line]. Available from World Wide Web: <URL: www.seol.com.br/rnnaweb/>
Referência Bibliográfica
SILVA, Janice Theodoro. Raízes da Ideologia ao Planejamento Nordeste(1889 – 1930). São Paulo: Livraria Editora Ciências Humanas, LTDA: 1978
Fonte: Blog do Primo
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