Na manhã desta quarta-feira (3), mesmo sob chuva que caia em Natal, médicos, professores, residentes e estudantes de medicina, juntamente com a sociedade potiguar, foram às ruas protestar contra o baixo investimento do governo brasileiro na saúde pública, em oposição à “importação de médicos estrangeiros” sem a revalidação de diplomas e pela adoção de medidas que permitam o exercício da medicina e a qualificação da assistência.
A concentração aconteceu desde as 9h da manhã, em frente a Associação Médica do Rio Grande do Norte, localizada na Av. Hermes da Fonseca, umas das principais vias da capital potiguar. Eram pouco mais de 10h quando os manifestantes saíram em caminhada até o maior hospital público do Estado, o Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, localizado na mesma avenida e distante cerca de 2 Km da cede da Associação Médica.
Para o médico cardiologista Epitácio Belém, a manifestação é mais que necessária. “Qualquer mobilização hoje é valida. A coisa do jeito que tá não dá para continuar. Precisamos melhorar a saúde, principalmente no que diz respeito às administrações municipais e estaduais”.
De forma pacífica, cerca de mil manifestantes participaram do protesto denominado #VemPraRuapelaSaúde, onde empunharam faixas e cartazes em protesto pela importação de médicos, reestruturação dos hospitais e melhores condições de trabalho. Um caixão, com a foto do Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também fez parte do protesto. Do alto dos prédios, a sociedade demonstrava apoio colocando lençóis brancos nas janelas dos apartamentos.
“Apesar da chuva, a gente vê o grau de insatisfação de todos os profissionais da saúde. Assim como em todo Brasil, a insatisfação é geral e aqui em Natal não poderia ser diferente”, argumentou o médico e ex-presidente do Cremern, Luis Eduardo Barbalho.
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte - Cremern, Jeancarlo Cavalcante, esteve à frente da mobilização. Para ele o manifesto foi de grande valia. “A manifestação foi vitoriosa. Foi uma demonstração sem procedentes na história do movimento médico potiguar. Acredito que desta vez não haverá volta. Os médicos unidos irão até o final da luta”, declarou o presidente após a manifestação.
O protesto, que incluiu a suspensão do atendimento eletivo na rede pública em alguns municípios, não afetou os atendimentos de urgência e emergência. A organização da manifestação esteve a cargo das entidades médicas regionais. O Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional de Médicos Residentes (ANMR) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) apoiaram o movimento.
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