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sábado, 7 de abril de 2018

[cotidiano] Prédio de Cármen Lúcia em Belo Horizonte é pichado com tinta vermelha

O prédio onde a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, tem um apartamento em Belo Horizonte foi pichado com tinta vermelha nesta sexta-feira (6). A ministra não estava no local no momento do ataque.

Segundo relatos de vizinhos, quatro ônibus teriam parado no local e pessoas mascaradas desceram do veículo e jogaram a tinta no edifício. A Polícia Militar (PM) informou que foi chamada por volta das 16h. Quando chegaram ao local, os policiais não encontraram mais ninguém envolvido na ocorrência.

A assessoria do STF confirmou que a ministra tem um apartamento no prédio e que fica no imóvel a cada 20 dias, quando vem a Belo Horizonte. Segundo o Supremo, Cármen Lúcia não vai se manifestar.

Em uma rede social, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) assumiu a autoria do ataque em conjunto com o Levante Popular da Juventude. No post, o movimento disse que cerca de 450 integrantes chegaram por volta das 16h20 em frente ao prédio da ministra. No texto, ele descreve que "foram atiradas bombas de tintas e feitas pichações nos muros e calçadas do prédio onde a golpista reside numa cobertura".

O MST ainda declarou no post que "assistimos essa semana que o Supremo é tão golpista quanto Temer", referindo-se ao julgamento do pedido de habeas corpus, impetrado pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A votação na Corte Suprema ficou em 6 a 5 contra Lula, sendo que a presidente deu o último voto.

Na noite desta sexta-feira (6), o coordenador do MST em Belo Horizonte, Sílvio Neto, admitiu que o Movimento dos Sem Terra participou do ato em frente ao prédio da ministra, mas não confirmou a participação do MST na pixação.

Um prédio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) também foi pichado, com críticas ao presidente Michel Temer (MDB) e ao juiz Sérgio Moro. Procurado pelo G1, o órgão disse que não vai se manifestar.

A Polícia Civil informou que vai investigar o ataque. Segundo a corporação, uma equipe foi ao local.

A Polícia Militar disse que localizou três ônibus que teriam participado do ato no prédio da ministra na Praça da Estação, no Centro da capital. Os veículos foram vistoriados, e a corporação diz que encontrou facas, facões e bastões de madeira. Os manifestantes não estavam no veículo.

Uma vizinha da ministra, moradora do prédio, disse que a limpeza do prédio será feita neste sábado (7). Disse ainda que a Polícia Federal (PF) também foi acionada para investigar o ataque.

De acordo com o delegado José Luiz Quintão, a perícia da Polícia Civil já havia sido feita no local no início da noite. Ele explicou que a PF também chegou a ser chamada por se tratar de uma ministra do STF, mas confirmou que as investigações vão ficar a cargo da Polícia Civil.

Segundo Quintão, a corporação já está com as imagens dos autores do ataque, que, segundo o delegado, podem responder por vandalismo e vandalismo contra prédio público.

Em nota, a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) repudiou os atos de vandalismo. A entidade disse ainda que "tem advertido constantemente para os riscos que a democracia brasileira tem corrido, pela intolerância que determinados segmentos tem pregado, com incitações à quebra da normalidade democrática".

Em nota, a Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) afirmou que nenhum magistrado pode ser constrangido ou punido por suas decisões.

O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Luís Cláudio Chaves, disse que qualquer ataque a magistrados no exercício da função jurisdicional tem que ser repudiado.

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