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sábado, 7 de abril de 2018

[cultura] Arqueólogos encontram urna funerária indígena que pode ter mais de mil anos

Uma urna funerária que pode ser de mil anos atrás foi encontrada na Serra da Barriga em União dos Palmares, Zona da Mata de Alagoas.

O lugar é considerado um símbolo da resistência negra contra a escravidão. O sítio arqueológico do povo que resistiu por mais de 100 anos aos ataques de holandeses, portugueses e bandeirantes recebeu o título de patrimônio cultural do Mercosul.

Foi através de estudos que arqueólogos descobriram vestígios da presença indígena na área bem antes dos quilombos. E agora, novas descobertas arqueológicas estão sendo feitas no local. Uma equipe de pesquisadores de pernambuco faz escavação na área. O trabalho deve durar três meses.

Segundo o arqueólogo Scott Joseph Allen, milhares de fragmentos já foram encontrados na região ao longo dos anos. E agora, em menos de um mês de trabalho, os arqueólogos encontraram uma urna funerária.

“Nós temos materiais arqueológicos que vai da vida do indígena até a sua morte. Além da urna, nós também estamos cavando um piso de habitação. Ou seja, a oca indígena, o piso, onde eles moravam e viviam no seu cotidiano. Então nós temos da vida das atividades do cotidiano, cozinhando, brincando, e até o aterramento”, explicou o arquólogo.

Uma obra de pavimentação do acesso ao parque arqueológico, começou a ser feita na região e por isso, os arqueólogos foram chamados.

“O resgate arqueológico se faz necessário porque eles vão fazer o acesso ao Parque Memorial. Então nós sabemos que tem um sítio arqueológico no caminho, pelo menos uma parte. Estamos escavando pra resgatar tudo que nós podemos e nada ser destruído”, comentou Scott.

Há nove anos escavações como essa foram feitas na Serra da Barriga. Pela área que está sendo analisada desta vez, arqueólogos acreditam que é a maior escavação já feita no local. Todo material está sendo catalogado.

Alexandro dos Santos é de União dos Palmares e quando era criança, acompanhou uma escavação como essa e se interessou pela pesquisa. Hoje, ele trabalha ajudando os arqueólogos.

“É importante não só pra mim como para os moradores pra que tivesse mais interesse em asber um pouco da história, do que realmente houve aqui”, disse Alexandro.

A assessoria do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) informou que, como se trata de uma área tombada, todo trabalho de pesquisa e escavação foi autorizado e está sendo acompanhado pelo Iphan. Ainda segundo a assessoria, a pavimentação na subida da serra só vai ser autorizada quando o instituto fizer uma avaliação no local.

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