O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (19) que o empresário Joesley Batista, dono da JBS, mentiu em entrevista à revista "Época". Segundo o ex-parlamentar, Batista se encontrou com ele e com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2016, para discutir os pedidos de impeachment da então presidente Dilma Rousseff, que tramitavam na Câmara.
Na entrevista à revista, Joesley afirmou que se encontrou pessoalmente com Lula em apenas duas oportunidades. Uma teria acontecido em 2006 e a outra em 2013. O empresário afirmou à revista que nunca manteve conversas não-republicanas com o ex-presidente.
A resposta de Cunha consta em uma carta que o ex-deputado escreveu dentro do Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, onde cumpre pena após ter sido condenado na Operação Lava Jato. No texto, feito à mão, Cunha diz que vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o acordo de delação de Joesley junto ao Judiciário seja anulado. "Espero que o STF reveja esse absurdo e bilionário acordo desse delinquente".
"Ele apenas se esqueceu que promoveu um encontro que durou horas, no dia 26 de março de 2016, sábado de aleluia, na sua residência (...), entre eu, ele e Lula, a pedido do Lula, afim de discutir o processo de impeachment, ocorrido em 17 de abril, onde pude constatar a relação entre eles e os constantes encontros que eles mantinham", diz o ex-deputado.
Cunha afirma também que a reunião pode ser comprovada por seguranças da Câmara dos Deputados que o acompanharam até o local.
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