Policiais federais descobriram na manhã desta terça-feira (20), escondidos dentro de uma casa na cidade de Baraúna, na região Oeste potiguar, R$ R$ 663.786,00 em espécie. O dinheiro foi apreendido como parte da operação Tristitia, que busca reunir provas de um esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro, entre outros delitos, ocorridos no município de Baraúna, na região Oeste potiguar. Os crimes teriam acontecido entre os anos de 2014 e 2016.
As imagens foram cedidas pela Polícia Federal. Nelas, é possível ver o momento em que o dinheiro é encontrado dentro do fundo falso de um armário.
Tristitia é palavra do Latim e significa tristeza, gravidade, severidade, substantivos que remetem à ação gravosa dos investigados em desfavor da educação no município.
Segundo a PF, a operação é fruto de um trabalho realizado pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público Federal e que deu origem à instauração de um inquérito policial.
Operação cumpriu mandados em Natal, Mossoró, outras cidades do RN e em outros estados (Foto: PF/Divulgação)
Mandados
Cerca de 70 policiais federais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão nas cidades de Baraúna, Natal, Mossoró e outros municípios, bem como em outros estados. A contratação de uma empresa que fornecia livros paradidáticos e projetos pedagógicos superfaturados está entre os diversos fatos sob apuração.
Na época, houve repasse para a prefeitura de Baraúna no valor aproximado de R$ 744 mil, proveniente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), dos quais R$ 440 mil foram desviados e cerca de R$ 350 mil teriam sido lavados pelos gestores do município na compra de um terreno.
Durante a investigação também se comprovou a aquisição superfaturada de fardamento para alunos das escolas públicas do município, uma vez que foram adquiridas 4.800 blusas de malha, pelo valor unitário de R$ 29, além de 1.200 conjuntos infantis (bermuda e regata), também por R$ 29 a unidade, totalizando R$ 174 mil – sendo que a empresa que de fato produziu as roupas (não a que foi contratada pela prefeitura) vendia as mesmas peças àquela época por R$ 12,50, ou seja, menos da metade do preço que foi efetivamente pago.
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