O autônomo Jonathas Felipe, 19, estacionou na porta da casa de um amigo na noite do dia 7 em Sumaré (interior de SP). Quando olhou pelo retrovisor, viu um rapaz de capuz.
“Ele puxou a arma, eu pensei: ‘pronto, vai levar’.” E levou uma Saveiro avaliada em R$ 30 mil. Duas semanas depois, sua madrasta teve o carro roubado no mesmo bairro.
Casos do tipo estão em alta no Brasil, que teve média de um roubo ou furto de veículo por minuto em 2016. Foram 557 mil no ano passado, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Significa um crescimento de 8% em relação ao ano anterior, de acordo com informações de 25 Estados e do DF (o levantamento exclui apenas o Acre, que não enviou dados). E 41% dos crimes estão concentrados nas capitais.
Considerando a soma de furtos e roubos de veículos proporcionalmente à frota de cada Estado, o Rio é campeão, com taxa de 916,7 crimes do tipo por 100 mil carros –em números absolutos, 58,5 mil casos. Goiás é o segundo.
Já entre as capitais, ganha Porto Alegre, com 1.446 furtos e roubos por 100 mil.
A cidade de São Paulo ocupa o terceiro lugar nesse tipo de crime proporcionalmente ao tamanho da frota.
Em números absolutos, no entanto, só a capital paulista concentrou 15% das ocorrências no país, com 226 roubos ou furtos por dia. O Estado de São Paulo, que ocupa a sexta posição na lista proporcional, tem 34% dos crimes.
“É horrível. Eu nem volto mais naquele bairro. Você fica com trauma. Para onde vai, tem que ficar ligado, fica com medo”, diz Jonathas, que perdeu o carro em Sumaré.
O receio também virou rotina da estudante Ellen Cristine, 28. No dia 13, ela estacionou o carro pela manhã próximo ao terminal Sacomã, zona sul de SP. Na hora do almoço, ele não estava mais lá.
No veículo havia documentos importantes do trabalho. Por isso, foi demitida. “Fiquei sem carro, sem emprego, sem nada. A seguradora me ofereceu um carro reserva. Era um carrão. Mas eu disse: ‘não dá pra ficar com isso, vão me roubar de novo'”, conta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário