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terça-feira, 21 de junho de 2016

[política] Cunha diz que Jaques Wagner (PT) ofereceu barganha para barrar impeachment

Em pronunciamento na manhã desta terça-feira (21), o presidente afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusou o ex-ministro da Casa Civil Jaques Wagner (PT) de oferecer uma barganha para salvar Dilma Rousseff do impeachment.

Segundo o peemedebista, que fez uma fala de mais de uma hora, Wagner ofereceu a ele, em três encontros, dar os votos do PT para enterrar seu processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara. Em troca, diz, Wagner pediu que ele não desse sequência ao pedido de impeachment contra a petista.

“Nos três encontros o Jaques ofereceu os votos do PT no Conselho, e disse ainda que não teria presença da minha mulher e minha filha [na investigação judicial sobre o petrolão]”, disse Cunha, que chamou a imprensa para uma entrevista coletiva no Hotel Nacional, na região central de Brasília.

“Quem estava propondo era o governo”, disse o peemedebista.

Nos últimos meses do ano passado, Cunha tentou fechar um acordo com o governo para escapar da cassação, mas as negociações de bastidor não deram certo. Com isso, ele autorizou a tramitação do pedido de impeachment contra Dilma no início de dezembro.

Segundo Cunha, os encontros com Wagner se deram na residência oficial da presidência da Câmara, na Base Aérea de Brasília e no Palácio do Jaburu, a pedido do hoje presidente interino da República, Michel Temer (PMDB). Cunha disse, porém, que Temer não participou da conversa e que inclusive saiu para outro compromisso para não testemunhar o encontro.

Em manifestações anteriores Jaques Wagner já negou ter tentado fechar barganha com Cunha e disse que era o peemedebista que tentava chantagear o governo.

“No dia do anúncio [do impeachment], ele [Wagner] tentou desesperadamente que eu atendesse seu telefonema. Vários deputados traziam pra mim o telefone com ele na linha e podem ser testemunha”, disse Cunha.

O deputado disse inclusive que Wagner prometeu a ele controle do presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), que é ligado ao PT no Estado. Wagner governou a Bahia por duas gestões.

“O ministro ofereceu o próprio controle do presidente do Conselho de Ética, ele disse que tinha o controle total do presidente do Conselho.”

Fonte: Folha Press

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