A presidente Dilma Rousseff usou parte do seu discurso na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), no qual apresentou as medidas tomadas pelo governo brasileiro no acordo climático, para citar o “grave problema que vive o Brasil”. A presidente discursou por pouco mais de oito minutos. Sua fala sobre a situação política do Brasil durou menos de um minuto. Ela não usou, em seu discurso, a palavra “golpe” ou “impeachment”. E o público presente na ONU reagiu com normalidade, aplaudindo a presidente apenas no final de sua fala.
– A despeito disso quero dizer que o Brasil é um grande país, que soube superar o autoritarismo e construiu uma pujante democracia. O nosso povo é trabalhador e com grande apreço pela liberdade, e saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade – disse Dilma.
Ontem, ela foi recebida em Nova York, na noite de quinta-feira, com flores por um grupo de 50 pessoas, à porta da residência oficial do embaixador Antonio Patriota, em uma manifestação contra o impeachment.
Dilma está sentada ao lado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e à frente do embaixador Antônio Patriota. Deputados da oposição também viajaram aos Estados Unidos.
Além de sustentar a versão do ‘golpe’ no ambiente internacional, a viagem e o discurso de Dilma ao encontro da ONU sobre o clima representam uma tentativa do governo brasileiro de emplacar uma agenda positiva em meio à crise política do país. A presidente decidiu participar da reunião pouco mais de 24h antes de embarcar. Receosa em deixar o Brasil, Dilma confirmou sua ida a Nova York a partir da avaliação de que os veículos de imprensa de fora têm dado mais espaço para a defesa da presidente.
Dilma Rousseff deverá exaltar as propostas dos negociadores brasileiros na COP 21, em dezembro passado, decisivas no acordo fechado por 195 países em Paris, no qual o mundo concordou em caminhar para uma economia de baixo carbono.
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