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quinta-feira, 31 de março de 2016

[saúde] Balde de margarina é usado para atender bebê com suspeita de H1N1

Como improviso, balde de margarina foi usado como uma espécie de redoma (Foto: Reprodução/Inter TV Cabugi)
Um bebê com menos de 1 mês de vida deu entrada nesta quarta-feira (30) na UPA da Cidade da Esperança, na Zona Oeste de Natal, com suspeita de ter contraído a gripe H1N1. Sem estrutura suficiente para atender a criança, a equipe médica improvisou: um balde de margarina foi usado como uma espécie de capacete no lugar onde deveria estar um CPAP (sigla em inglês para Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), equipamento comumente empregado para tratar distúrbios respiratórios. Este ano, no estado, uma adolescente de 15 anos morreu por causa da doença.

A médica que fez o atendimento preferiu não se identificar, mas explicou que o brecém-nascido precisava ficar internado em uma UTI. "Fizemos contatos com os hospitais de Natal e não tinha vaga em lugar nenhum. A criança começou a agravar aqui na UPA e a gente tá sem recurso", disse. Ela resolveu isolar o bebê em uma sala da pediatria para evitar o contato com outros pacientes. "Fizeram improvisado mesmo. Não tinha outra coisa na hora para colocar, só conseguiram agora quando foi liberado um", disse o pai do bebê. “É muito, muito triste. Muito angustiante”, disse a mãe, visivelmente abalada com a situação,

Agora, o bebê está entubado na UPA em ventilação mecânica. Em entrevista ao Bom Dia RN nesta quinta-feira (31), o secretário municipal de Saúde informou que não houve irregularidade na medida tomada pela equipe médica, apesar de não ser o recomendado. "Foi uma medida salvadora naquele momento, para dar o mínimo de estabilidade para a criança. Apesar de ser feia, a estrutura que foi montada funciona. Ela, provavelmente, usou isso até a criança ir para a entubação. Ela fez isso para dar o suporte, agiu corretamente. Nós não recomendamos fazer isso, mas é uma medida salvadora", explicou Luiz Roberto Fonseca.

O secretário ainda falou sobre a falta de UTI pediátrica na capital potiguar. "O leito de terapia intensiva pediátrico é mais dramático que o adulto porque só temos o Hospital Infantil Varela Santiago, o Maria Alice Fernandes e o Walfredo Gurgel. Sabemos que a criança precisa muito menos de UTI do que o adulto, mas o número de leitos para crianças é precaríssimo, tanto no público quanto no privado", disse.
Fonte: G1RN

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