logo

sábado, 7 de novembro de 2015

[Quadro] Frente a Frente com Jair Gomes - entrevistada desta semana - Marcos Leite

Marcos Leite, 44 anos, casado, pai de uma filha, ensino médio completo e residente na Barragem da Santa Cruz, Apodi. Esse é o resumo da vida do artista plático apodiense que vive da arte.

Vivendo em um mundo de dificuldades e com uma família desestruturada, Marcos conseguiu da a volta por cima e expressar, através do seu trabalho, o além da imaginação.

O quadro Frente a Frente com Jair Gomes desta semana é com ele.



"Eu sou um cara mais voltado para a natureza, não sou muito ligado para dinheiro, gosto de aventura, de estar com a esposa, de curtir a vida. Hoje eu tenho uma casa quase dentro da barragem, próximo a uma ilha e me acordo com o cantar dos pássaros. Eu gosto de viver a vida, não é pago; não sou apaixonado por dinheiro, usufruo dele, vido pra valer. Gosto muito de brincadeira, sou muito brincalhão, chego até a exagerar, mais sou feliz e realizado profissionalmente. Essa semana comentei isso com meus alunos, falei que estava na Festa do Boi em Parnamirim, quando chegou Vilma de Farias e me cumprimentou, perguntou pelo povo de Apodi e isso eu também acho gratificante, pois mesmo sendo uma pessoa simples, de pais separados, uma pessoa que tinha tudo para seguir outros caminhos e ser reconhecido em outros lugares desta forma é muito gratificante. Toda vida que ela me ver ela compra um trabalho ou dois e já me conhece por nome. Isso é me satisfaz. Outros políticos também sempre me cumprimento, como Sandra Rosado, Larissa.


Não gosto de vender meu trabalho, mais necessito. Eu faço o trabalho pra mim, mas acabo tendo que vendê-lo.

Eu também reconheço o papel de pessoas importantes na minha vida, que me abraçaram e me acolheram como Doutora Lourdes e isso é preciso reconhecer. As vezes a gente sente decepcionado com os poderes públicos; federal, estadual e municipal que não apoiam a cultura e a arte como em outros países, a minha decepção é essa".


Jair Gomes - Como foi que você começou, aonde você viu na arte a possibilidade de fazer dela um meio de vida?

"Comecei quando eu fiz um curso de rádio e eletrônica e montei uma oficina. Chamei o cara para pintar a parede para fazer a minha propaganda e ele ficou de ir, passou 5 dias e ele não foi, passou mais alguns dias e ele também não foi, daí pintei. Passei uns 3 dias para pintar esse 'letreiro', Eletrônica Sousa era o nome a cerca de 24 anos. Foi quando antes mesmo deu terminar um cara disse, 'rapaz vamos pintar um negócio ali pra mim', então eu disse que não tinha como, o cara então disse que eu pintava bem então eu fui. Quando eu estava pintando chegou outra pessoa e também me procurou aí eu disse: O mercado é esse aqui, aí ingressei.

Inicialmente, com pouco estudo, mas comecei a pesquisar sobre arte, não tinha internet, foi difícil, mais comecei a ler, assistir no jornal algumas matérias sobre artes. Fui para Mossoró na Casa da Revista comprar revistas sobre artes plásticas, sobre Vancouver, Michelangelo e Picasso e aprender, mas a maior dificuldade era para comprar as tintas, por que só tinha em São Paulo e tinha que mandar uma carta, esperar chegar o pedido para poder trabalhar.

Hoje já ensinei muita gente sobre o trabalho de artes plásticas, principalmente naquela época que ninguém, além de alguns professores, sabiam o que era, tenho orgulho disso. Hoje, quando tem trabalho nas escolas os alunos vem me procurar para saber do que se trata artes plásticas".

Jair Gomes - Hoje você se sente orgulhoso por tudo que você já fez na sua vida e se você tivesse como voltar ao tempo, você faria tudo novamente?

"Hoje sinto-me orgulhoso, já fiz, inclusive, trabalho para Walter Guerra, fiz a cara de um livro pra ele e se eu tivesse como voltar ao tempo eu faria tudo novamente. As vezes nós temos aqueles momentos difíceis pois somos seres humanos, temos aqueles momentos de altos e baixo, em que a gente quer baixar a cabeça mais aí eu olho para as minhas artes e olho para mim e digo 'Eu sou o cara' e eu sou o cara mesmo, na minha área eu me respondo, se eu não conseguir fazer uma coisa de primeira mais eu faço de segunda ou terceira, mas eu faço".

Jair Gomes - Hoje você é professor  na área?

"Eu tenho especialização na área para trabalhar em projovem, para projetos sociais como Pet. Não tenho formação na área, mais tenho especialização e a prática".

Jair Gomes - Em Apodi, quais foram os lugares que você já trabalhou?

"Em prestação de serviço, já trabalhei na Essência do Campo, através da fundação Dario Pereira, na prefeitura, quando Pinheiro era prefeito e depois Gorete. Mas o meu maior trabalho mesmo foi pra fora, sendo nas prefeituras de Felipe Guerra e Parnamirim".

Jair Gomes - Além dessas prefeituras, quais outros trabalhos você tem realizado em outro lugar?

"Tenho trabalhos hoje em todo Brasil e no exterior, como em Pernanbuco, em uma Igreja Católica, além das artes vendidas nos Estados Unidos e Alemanha. Hoje eu já tenho mais de 5 mil trabalhos vendidos".

Jair Gomes - Marcos, certa vez eu estava eu Natal e vi um quadro seu em um escritório de advocacia e me senti feliz por ver o trabalho de um apodiense em outro lugar. Ao ouvir isso das pessoas o que você tem a dizer para quem pretende seguir um caminho de sucesso e é impedido pelas dificuldades?

"O que tenho pra dizer é que todo sonho é possível, pois é bíblico, se você tiver sonho você conseguirá mover montanhas. Não pode ter medo de errar e se errar volte atrás e corrija, mas é preciso continuar".

Jair Gomes - Sobre a sua vida pessoal, como você tem encarado a realidade do seu dia a dia?

"Marcos Leite é um carinha pequeno, feio e que tem um trabalho reconhecido, porém, ainda sou desconhecido. Sou muito feliz, bastante feliz e minha maior vitória não é pintar, não é ter constituído uma família, mais é ter conseguido vencer como eu venci; país separados, tendo que trabalhar de madrugada para sustentar os irmãos, onde pessoas chegaram a oferecer drogas e eu não quis. Acredito muito em Deus.

Sou um cara muito decepcionado com a política do nosso país e principalmente nessa última, com a roubalheira que existe no Brasil e principalmente na área da pesca. Tenho certeza que se passasse a ser um trabalho voluntário ninguem queria. Então Marcos Leite é um ser humano assim como qualquer outro, um cara que fica triste quando a seleção brasileira perde e que fica alegre quando a gente ganha".

Ao final do bate-papo o blog fez uma pequena brincadeira onde o entrevistador faz uma pergunta e o entrevistado responde com uma palavra ou frase curta.

Jair Gomes - Uma cor?

Marcos Leite - Amarelo

Jair Gomes - Sua maior alegria?

Marcos Leite - O nascimento da minha filha.

Jair Gomes - Sua maior tristeza?

Marcos Leite - A política brasileira.

Jair Gomes - Um ídolo?

Marcos Leite - Ricky Vallen (cantor)

Jair Gomes - Uma religião?

Marcos Leite - Evanlégico

Jair Gomes - A pessoa que você mais ama na sua vida?

Marcos Leite - Minha esposa

Jair Gomes - Um sonho?

Marcos Leite - Um mundo sem drogas

Jair Gomes - Apodi pra você é:

Marcos Leite - Uma das melhores cidades do mundo.

Jair Gomes - Uma frase que resume Marcos Leite?

Marcos Leite - Um homem persistente!

Obra artísticas

Construção de maquetes

Pinturas

Um comentário:

  1. Tenho dois lindos quadros da marca Marcos Leite.. Mas que comprei a outro pessoa que estava em aperto ou não os valorizou! São meus únicos quadros, e eu sempre os admiro! É dificílimo pintar artes! Grande artista!

    ResponderExcluir