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sexta-feira, 22 de maio de 2015

[educação] Docentes da Ufersa também entram em greve no dia 28

Por 93 votos a favor, 16 contra e sete abstenções, os docentes da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) deflagraram ontem greve por tempo indeterminado, a partir do dia 28 deste mês. A assembleia aconteceu na tarde de ontem, 21, no auditório do Departamento de Ciências Exatas e Naturais (DCEN), sendo considerada a mais participativa do ano.

Os professores pedem um reajuste salarial de 27,3% que é o que a categoria considera como as perdas salarias que eles tiveram nesses três últimos anos, além de verba para manutenção dos serviços oferecidos pela universidade.

Estiveram presentes na assembleia, além dos docentes, técnicos administrativos, estudantes da Ufersa e representantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Após a apresentação da pauta, vários professores colocaram seus pontos de vista sobre a paralisação das atividades. “O resultado da audiência com o Governo Federal no último dia 14, em Brasília, foi pessimista, o que apontou para uma greve geral dos servidores”, lembrou Joaquim Pinheiro, presidente da Associação dos Docentes da Ufersa (ADUFERSA).

Os professores reclamaram que, além da questão salarial, este ano o corte de orçamento pelo Governo Federal vem prejudicando a manutenção dos equipamentos da Ufersa e consequentemente a atenção aos alunos. Segundo números divulgados pelos próprios docentes, são 34 instituições a deflagrar o indicativo de greve em todo país.

O professor Paulo César Silva afirmou que é necessária uma avaliação conjuntural da situação em que o país se encontra. “O governo está para anunciar um corte de R$ 80 bilhões, o que deve afetar todo mundo. Em 2012, o governo demorou muito a nos receber, imagine agora. Naquele ano foi a maior greve dos servidores federais e fomos solenemente ignorados pelo governo, imagine agora”, disse.

O professor Jairo Rocha se posicionou a favor do movimento paredista. “Desde 2012 que não era só uma questão salarial. Estamos falando de um desmonte na universidade”, afirmou.

O professor Thiago Arruda também se colocou a favor. “A última fatia do aumento conseguido em 2012 recebemos em março agora. A minha preocupação é para onde estamos caminhando, se não fizermos nada agora, será pior. Não consigo ver outro meio de pressão, senão a greve, pois o quadro está tão preocupante que se discute uma greve geral”, destacou.

O vice-reitor da universidade, Odolberto de Araújo afirmou que todos devem lutar pela universidade. “Se não soubermos fazer um movimento efetivo vamos ter a sociedade contra nós. As pessoas têm que sentir o peso da greve”, disse.

A assembleia contou com a participação de vários estudantes, que estiveram atentos aos posicionamentos. A estudante do curso de Ciência e Tecnologia Luana Dantas destacou que é contra. “Eu acho que não é o momento de fazer greve. Em 2012 era favorável e o governo não melhorou a situação dos professores e nem da universidade. Agora que a situação está pior, financeiramente falando, é que não vai dar mesmo. Sou a favor da reivindicação salarial sim, eles merecem, mas os alunos são os mais prejudicados”, destacou.

O representante do IFRN, Paulo Sidney que já está marcada uma assembleia no local. “O que for deflagrado aqui para o dia 28 será fundamental para nós”, afirmou.

Os estudantes da Ufersa devem se reunir no próximo dia 26, às 8h, no auditório Amâncio Ramalho, no prédio da reitoria, para discutir sobre o posicionamento diante da greve dos docentes.
Fonte: Gazeta do Oeste

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