O potiguar Wander Franco tinha apenas quatro anos quando sofreu o acidente que levou à amputação de ambos os braços. Desde pequeno, ele aprendeu a fazer tudo com os pés. “Sempre procurei vencer todos os desafios com o apoio da minha mãe. E fui superando: aprendendo a brincar com os pés, a escrever”, disse em entrevista à Inter TV Cabugi.
Ele conta que não lembra do acidente. “Eu era muito novo. Criança, muito danado, acabei subindo no terraço e apontando um trilho de cortina para o fio de alta tensão do poste que passava na frente da casa. Aí eu recebi uma descarga de 12 mil volts e praticamente apaguei. Passei praticamente um ano no hospital, indo e voltando, cirurgias e mais cirurgias, e tive que amputar os braços”, relata.
Wander conta que sempre teve apoio da família. “Minha mãe nunca disse que eu não conseguiria. É uma coisa automática, desde de criança sempre insisti e tudo deu certo até hoje. Eu tenho família espalhada por muitos lugares, acabo visitando eles e esse apoio também ajuda, eu acho que em determinadas situações que têm que ser superadas o apoio familiar é fundamental”, afirma.
E ele conseguiu estudar, entrar na universidade e passar em um concurso público. Hoje, Wander é auditor fiscal. Ele trabalha na Secretaria de Tributação de Natal, no setor de IPTU, e atua com tecnologia para ajudar a aumentar a arredação municipal. Entre os colegas de trabalho, o potiguar é considerado um exemplo de superação.
“Eu sempre tive uma admiração muito grande por ele. Na verdade, eu não vejo deficiência nele, só qualidades. Apesar de algumas dificuldades que a prefeitura não atende, ele é autossuficiente. Ele é um grande formador de opinião, e mais importante, é um grande amigo. Quando ele tira férias isso aqui muda”, afirma Wagner Ebara, que também é auditor.
Wander também dá palestras de motivação para estudantes do ensino médio. “Eu tenho o prazer de passar isso aos jovens, que vale a pena investir no estudo, é o que eu faço sempre na minha vida”, diz. “O estudo me levou para onde estou hoje – minha independência financeira, minha casa própria, eu consigo ajudar a minha mãe em algumas situações.”
“Eu acho que a gente tem que conquistar as coisas, agradecer todos os dias pelo que conquistou e sempre buscar transmitir essa felicidade para as pessoas, não só pra si. Isso eu acho que não tem preço. Cada obstáculo que apareceu na minha vida eu soube superá-lo com muita garra e força de vontade, é isso que eu transmito”, finaliza.
Fonte: G1RN
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