Exercícios físicos, sem o acompanhamento de uma dieta equilibrada,
não são suficientes para ajudar as pessoas a perder ou, até mesmo, a
manter peso. É o que revela o estudo publicado recentemente no jornal
PeerJ. Foram examinadas mais de 1.900 pessoas nos Estados Unidos, Gana,
África do Sul, Jamaica e nas ilhas Seychelles, no Oceano Índico. Os
participantes foram induzidos a usar dispositivos rastreadores por uma
semana para medir quanto tempo passavam praticando exercícios.
Os dados coletados foram utilizados para descobrir se as pessoas
cumpririam as diretrizes recomendadas pelo serviço público de saúde
norte-americano, que sugerem, pelo menos, duas horas e meia de
exercícios físicos, por semana, em ritmo moderado. Também foram testados
peso, altura e massa corporal dos participantes no início do estudo,
após um ano e novamente ao completar dois anos.
A princípio, os participantes de Gana, em média, pesavam menos, e os
norte-americanos pesavam mais. O peso médio de homens e mulheres de Gana
era 63kg, enquanto o de homens e mulheres dos Estados Unidos era 92kg.
Ao final do levantamento, os pesquisadores descobriram que aqueles que
atingiram a meta de atividade física recomendada tinham maior tendência
em ganhar peso do que aqueles que não haviam seguido.
Porém, esse resultado não se aplica somente aos norte-americanos. Os
pesquisadores observaram o mesmo padrão em pessoas de cada um dos cinco
países analisados. Os novos resultados vieram para confrontar a ideia de
que a obesidade, já epidêmica nos Estados Unidos, é causada pela falta
de atividade física.
“O que realmente precisamos analisar é o que as pessoas estão
comendo”, disse a autora do projeto, Lara Dugas, da Escola de Medicina
da Universidade Loyola de Chicago, ao site Live Science. Pesquisas
anteriores costumavam associar o risco de obesidade com o consumo de
alimentos ricos em calorias e açúcares. Já o recente estudo mostra que o
tempo gasto na prática de atividades físicas, para compensar os danos
da alimentação, não são tão eficazes.
Não é inteiramente claro por que a atividade física não surte efeito
no emagrecimento, ou até mesmo sua ligação com o ganho de peso. “A
hipótese é que, porque o exercício tende a aumentar o apetite, ele pode
fazer com que as pessoas comam mais do que o normal”, explica Dugas.
“Ainda assim, os resultados do estudo certamente não significam que as
pessoas devem parar de se exercitar. A prática tem muitos outros
benefícios à saúde”.
Pessoas que se exercitam regularmente têm um risco reduzido de
doenças cardíacas, diabetes e câncer em comparação com pessoas
sedentárias. Além disso, a atividade física tem sido associada, até
mesmo, com a melhora da saúde mental e a longevidade.
Fonte: Veja
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