O Ministério Público Federal denunciou 62 pessoas na Operação Câmbio Desligo, desdobramento da Lava Jato n oRio. O grupo é acusado de formar uma organização criminosa, desde a década de 90, que promoveu evasão de divisas e lavagem de dinheiro.
O ex-governador Sérgio Cabral e o doleiro Dario Masser, apontado como o "doleiro dos doleiros", estão entre os denunciados.No mês passado, a Operação Câmbio Desligo prendeu 30 pessoas em quatro estados. Os alvos eram doleiros suspeitos de movimentarem R$ 1,6 bilhão em 52 países.
Os suspeitos integravam um sistema chamado Bank Drop, no qual doleiros remetem recursos ao exterior através de uma ação conhecida como “dólar-cabo”.
Trata-se de um câmbio que envolve depósitos em contas em diferentes países, mas o dinheiro não é rastreável pelo Banco Central: doleiros recebem no Brasil e compensam em contas no exterior. Por não haver remessa, muito menos registro, o montante escapa das autoridades e dos impostos.
Os procuradores sustentam que a rede de doleiros operava lavando dinheiro para diversas organizações criminosas, inclusive a que o ex-governador foi condenado por liderar. Ele nega.
O "vultuoso" volume de recursos desviados, nas palavras dos investigadores, envolveu dezenas de doleiros espalhados pelos principais centros comerciais do país. A operação só foi possível porque dois deles, Vinicius Clarer (Juca), e Cláudio Fernando Barboza, o Tony, fizeram delações premiadas.
Sérgio Cabral já foi denunciado 23 vezes pela Lava Jato. Nas outras 22, ele já se tornou réu — sendo que em cinco delas a Justiça já o condenou em primeira instância. Em nenhuma foi absolvido até agora, restando ainda 17 julgamentos.
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