A mais longa estiagem dos últimos 100 anos no Rio Grande do Norte está mudando a vida dos potiguares. Pela primeira vez na história, Natal passa por um racionamento de água. O rodízio começou no dia 8 de fevereiro deste ano e atinge cerca 70% dos 350 mil habitantes da Zona Norte da cidade, a região mais populosa da capital. “Nunca vivemos uma coisa dessas. A gente não tem água. Se Deus tiver compaixão da gente, as coisas vão melhorar”, diz, esperançosa, dona Francisca Ferreira, de 65 anos, moradora da comunidade da África.
O racionamento, segundo a Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (Caern), tem caráter preventivo e se faz necessário em virtude do rebaixamento no volume de água da Lagoa de Extremoz. “É uma situação ímpar. Esta é a primeira vez que a capital passa por essa situação. Pela primeira vez o nível de água ultrapassou o nível de alerta", explica o gerente da Caern, Lamarcos Teixeira.
A medida foi tomada quando o nível da lagoa atingiu 37,8% da capacidade, o que podia comprometer o ponto de captação. O rodízio funciona em regime de escala, onde a cada dois dias os locais afetados recebem água. “O rodízio acontece para prevenir o esvaziamento da Lagoa de Extremoz neste momento em que as chuvas ainda não chegaram”, explica Lamarcos, que ressalta o modo de operação do rodízio: “Acontece com um dia de abastecimento e dois dias sem”.
Dede o início da operação, o nível da lagoa já chegou a atingir 60% da capacidade, mas, segundo Lamarcos, está há duas semanas se mantendo com 50% da totalidade. "O nível da lagoa tem se mantido com essa capacidade de bombeamento. Apesar do rodízio, não vemos uma crise. Existem dificuldades pontuais, mas, em geral, conseguimos passar por esse período crítico", afirma Lamarcos.
Guilalme Teixeira aproveitou chuva recente para armazenar água.
No planeta existem países em regiões desérticas que não precisa de racionamento devido a planejamento. No Brasil com tanta água precisa de desculpas para cobrar mais impostos.
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