Ao chegar ao Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, na noite deste domingo (1), o juiz da Vara de Execuções Criminais do Amazonas, Luís Carlos Valois, que havia sido acionado pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas para intervir junto aos detentos, definiu o episódio como uma “barbárie” e “cena dantesca”.
Neste domingo, 56 presos morreram no complexo, na que pode ser considerada a maior matança em presídios desde o episódio do Carandiru, em São Paulo, que deixou 111 mortos.
“Uma pilha de corpos, alguns esquartejados, sem braço, perna e sem cabeça, uma cena Dantesca! Nunca vi um negócio tão horrível”, disse Valois à reportagem.
Depois dos assassinatos, segundo o juiz, os próprios presos retiraram os corpos do pátio e os colocaram na entrada da penitenciária. Em seguida, soltaram os reféns restantes e foram para as respectivas celas.
De acordo com o juiz, como as mortes já tinham acontecido, sua atuação se centrou em intervir pelos reféns, usando o respeito que os detentos têm por ele.
“Como eu sou o juiz da Vara de Execução Penal e aquela é uma penitenciaria que só tem condenado, 90% dos processos são meus. Então eu tenho autoridade. Avisei que estava lá porque tem pessoas correndo risco de vida. E eles têm que ter respeito por mim.” O juiz conseguiu a liberação de três dos reféns.
Fonte: FOLHAPRESS
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