O problema dos presídios deixou de ser de segurança pública para se transformar, em uma semana, numa ameaça à segurança nacional. Esta foi a conclusão que dois ministros envolvidos com a crise enunciaram à coluna ao longo dos últimos dias.
O combate à guerra de facções não é simples nem imediato, por vários fatores: depende de uma atuação conjunta com os Estados, esbarra na falta de recursos, necessita de colaboração dos países vizinhos produtores de drogas.
Além disso, as investigações sobre facções criminosas como o PCC e o Comando Vermelho não podem se valer do instituto da delação premiada, como se vê na Lava Jato — pelo simples fato de que colaborações judiciais no crime organizado são pagas com a vida do delator e da família.
O governo teme que a guerra de facções passe da matança em presídios para ataques a alvos civis.
Para combater os grupos, uma das principais ações do Plano Nacional de Segurança, que passou meio despercebida na divulgação, é o uso da rede LAB, de laboratórios interligados da PF e do Ministério Público Federal, para rastrear o financiamento e a lavagem de dinheiro das facções criminosas que comandam tráfico de drogas e armas no País. É o mesmo esquema que vem sendo usado, com sucesso, no combate à corrupção.
Além disso, serão assinados novos acordos de cooperação com os países vizinhos, nos moldes do que foi feito com a Bolívia. O próximo será a ampliação do escopo do tratado com o Paraguai.
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