A edição de sexta-feira (17) do ‘Jornal Nacional’ dedicou 22 minutos à Operação Carne Fraca da Polícia Federal. No último intervalo do telejornal entrou no ar um comunicado da BRF, empresa investigada por supostamente comercializar produtos sem a qualidade exigida.
Um infocomercial como o que foi veiculado no ‘JN’, com duração de 30 segundos, não sai por menos de 800 mil reais – fora o custo de produção do vídeo.
O valor é proporcional ao alcance da transmissão: o jornalístico comandado por William Bonner e Renata Vasconcellos chega a ser visto a cada noite por 6 milhões de pessoas somente na Grande São Paulo.
No ‘Jornal da Record’ de ontem, o espaço para o assunto foi menor: 5 minutos e 50 segundos. No primeiro intervalo lá estava o mesmo comunicado que fora exibido pouco antes no break do ‘Jornal Nacional’.
O texto que tenta recuperar a confiança do consumidor da BRF foi gravado pelo ex-apresentador de telejornais da TV Cultura Carlos Henrique Corrêa, dono de uma das vozes mais solicitadas do mercado publicitário justamente por inspirar credibilidade.
Horas antes, em sua página no Facebook, o locutor postou uma frase que suscita inevitável interpretação irônica: “Somos o que comemos…”
A ‘Carne Fraca’ vai render faturamento extra para os grandes veículos de mídia que serão usados para propagar os esclarecimentos dos frigoríficos – e a operação da PF já afeta a imagem de famosos que atuam como garotos-propaganda das empresas envolvidas no escândalo.
As redes sociais foram inundadas com memes protagonizados por Tony Ramos, astro da Friboi, e Fátima Bernardes, estrela da Seara, entre outras celebridades. Eles precisarão ter paciência (e bons assessores) para deglutir esse prato indigesto.
Fonte: Terra
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