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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

[cotidiano] Por estar armado, PM fardado é 'convidado' a se retirar de hospital em Natal

Um soldado da Polícia Militar do Rio Grande do Norte prestou queixa contra o hospital da Unimed, em Natal, no final da manhã desta segunda (21). O motivo? Segundo o PM, por estar armado, mesmo estando fardado, ele foi 'convidado' a se retirar da unidade de atendimento que fica no bairro de Lagoa Nova, Zona Sul da cidade. O policial relata que uma enfermeira alegou que ele estava causando constrangimento aos pacientes e funcionários do hospital.

No Boletim de Ocorrência registrado pelo policial, consta que o fato aconteceu pela manhã, na unidade da Unimed que fica na Av. Antônio Basílio, onde o policial chegou na condição de acompanhante de um colega, que também é PM.

No documento, o soldado conta que foi abordado por uma enfermeira, que disse que o hospital possui uma regra que não permite a presença de policiais armados dentro da unidade. O PM contou que ainda tentou argumentar que estava fardado e que, também por estar de serviço, estava armado.

Ainda de acordo com o depoimento do policial, até a direção do hospital tentou fazer com que ele fosse embora ou que deixasse a arma no carro, sob a ameaça de que os superiores do PM, incluindo o comandante do batalhão onde trabalha, seriam informados sobre a situação.

Por fim, o PM contou que só deixou o hospital depois que o colega foi atendido. O policial ficou na unidade de 8h às 10h30. A queixa foi registrada na 5ª Delegacia de polícia Civil, que fica no bairro de Lagoa Nova, também na Zona Sul de Natal.

Em nota, o Hospital da Unimed informou que o PM estava na "área amarela" onde os pacientes aguardam para fazer exame e só é permitido acompanhante para enfermos com mais de 65 anos, menores de idade ou portadores de necessidades especiais. "Por esse motivo, e pelo fato de estar portando arma de fogo, os profissionais de enfermagem solicitaram ao policial que deixasse o local, a fim de evitar qualquer tipo de problema para os demais pacientes que se encontravam doentes e também buscando ajuda médica", diz a nota.

O hospital informou ainda que "em momento algum, houve intimidação por parte da instituição ao policial" e que "após entendimento com equipe de supervisão, o policial foi autorizado a permanecer no local portando a arma de fogo".

‘De que lado a sociedade está?’

Presidente da Associação dos Cabos e Soldados da PM do Rio Grande do Norte (ACSPM/RN), o cabo Roberto Campos reprovou a atitude do hospital. "O policial é um agente da segurança pública preparado para defender a população. Pergunto: quem estava incomodado com a presença do PM? De que lado a sociedade está? Pede segurança, mas exige a ausência do policial?", desabafou.

Ainda em defesa do soldado, o presidente da associação disse que constrangimento é o que os profissionais e pacientes do Hospital Walfredo Gurgel passam quando são obrigados a dividir o mesmo espaço com presos que foram baleados em cometimento de crimes. "É necessário a construção de um hospital de custódia para abrigar os pacientes que estão detidos", concluiu.

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