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segunda-feira, 16 de abril de 2018

[cotidiano] Homem atacado por tubarão no Grande Recife corre risco de morrer, afirma médico

A equipe médica do Hospital da Restauração (HR), na área central do Recife, afirmou que o potiguar Pablo Diego Inácio de Melo, atacado por um tubarão no domingo (15), apresentou estabilidade no quadro de saúde, mas ainda corre o risco de morrer. Segundo a mãe, a aposentada Darlene Inácio de Melo, ela ainda não pode ver o filho, pelo risco de uma piora no estado de saúde. (Veja vídeo acima)

"Ele está mais estável do que ontem, mas ainda é um paciente muito grave em virtude das lesões apresentadas pelo trauma. Ele corre o risco de morte, mas está tendo todos os cuidados necessário e possíveis. A primeira etapa é o controle do sangramento e, depois, lidamos com a possível infecção", detalha o diretor geral do HR, Miguel Arcanjo.

Pablo Diego teve a perna direita amputada e passou por um processo de revascularização nos dois braços no domingo (15), logo após o ataque. De acordo com o diretor geral do HR, a principal preocupação da equipe médica é estabilizar o paciente, antes mesmo de conter possíveis infecções.

“Ele perdeu muito sangue e chegou a ter uma parada cardíaca. Foi operado pela traumatologia e cirurgia vascular, e teve que ter a perna amputada a nível de joelho. O paciente está em estado grave e respirando com a ajuda de máscara, mas não está entubado. Estamos monitorando minuciosamente, para controlar quaisquer problemas que possam ocorrer nos procedimentos que já foram realizados”, disse o médico.

Ainda segundo a equipe médica do HR, o homem chegou a chamar pela mãe, que do Rio Grande do Norte ao Recife para acompanhar o filho após o ataque. Pablo tem cinco filhos e chegou em janeiro a Pernambuco, para trabalhar num projeto.

“A última vez que nos falamos foi cinco dias antes do acidente. Ele sempre gostou muito de praia e de mergulhar. Quando veio para cá, ele me disse que a praia de Jaboatão era muito perigosa, que tinha placas explicando os riscos e tudo. Eu pedi que ele tivesse cuidado. Não sei o que levou ele a ir à praia, mesmo sabendo do risco”, disse Darlene.

Presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), o capitão Leodilson Bastos informou que a perna amputada pode ajudar a definir qual a espécie do tubarão que atacou Pablo Diego.

"Sabemos que nosso litoral tem espécies potencialmente agressivas, mas, com as informações que temos, ainda não conseguimos definir qual foi a espécie do animal. Submetemos as partes lesionadas a análise dos médicos do Instituto de Medicina Legal, acompanhados de pesquisadores da URFPE, e, com base nos dados, conseguiremos identificar, aproximadamente, de qual espécie se trata", disse Leodilson.

Mais cedo, um amigo de Pablo Diego também havia afirmado que o potiguar conhecia os riscos de nadar no local onde ocorreu o incidente.

Homem foi atacado por tubarão na Praia de Piedade, no Grande Recife (Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação)

O ataque

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o chamado para socorrer Pablo Diego foi feito às 14h38. O incidente aconteceu na altura da Igrejinha de Piedade. Depois dos primeiros socorros feitos por duas equipes de bombeiros, a vítima foi levada de helicóptero ao Hospital da Restauração, onde teve a perna direita amputada. Segundo amigos, a vítima foi avisada sobre os riscos de entrar no mar no período chuvoso, num período com maior incidência dos ataques de tubarão.

O paciente teve ainda o braço direito revascularizado, por causa da extensão da lesão. A revascularização é feita quando as veias e artérias são unidas para restabelecer a circulação sanguínea. O paciente está internado na UTI, respirando com ajuda de aparelhos e usando drogas vasoativas para manter a pressão arterial. O estado dele é considerado gravíssimo.

As informações foram repassadas pela Secretaria de Saúde do Estado (SES) e os procedimentos foram realizados no Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife, por uma equipe formada por médicos traumatologistas, cirurgiões vasculares e anestesistas. Os cirurgiões ainda trataram de diversos ferimentos nos dois braços.

De acordo com o oficial de operações do Grupamento Marítimo (GBmar) que participou do atendimento, capitão Arthur Leone, o homem estava numa área sinalizada por placas. Segundo ele, o homem estava com água na altura da cintura e provavelmente foi mordido primeiro na perna, tentou se defender e em seguida foi mordido nos braços.

Dois outros homens que estavam na água junto com Pablo ajudaram a retirá-lo do mar. Ele foi resgatado consciente. O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) vai realizar uma análise do caso. No dia 7 de abril de 2018, o Cemit havia atingido a marca de três anos sem incidentes registrados no continente. Os três últimos casos haviam sido registrados em Fernando de Noronha.

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